Archive for the ‘ Ensinamentos ’ Category

Ideias distintamente Budistas

A primeira consiste na ideia de originação dependente; a segunda é a prática da meditação de atenção plena (mindfulness) – estar focado na totalidade do que acontece na nossa experiência momento-a-momento; a terceira é o processo das Quatro Nobres Verdades, que inclui o O Caminho Óctuplo; e em quarto lugar, o princípio de auto-suficiência – como o Buda realmente pretendia que os seus alunos se tornassem autónomos no seu próprio entendimento do dharma, não gerando dependência nem da memória dele nem de uma qualquer figura monástica de autoridade.

Stephen Batchelor, “Starting from Scratch

O que é que acontece depois de morrermos? (Ajahn Brahm)

A possibilidade que é… esperar

Quando somos forçados a esperar, num engarrafamento de trânsito por exemplo, o nosso instinto é fazer algo que nos distraia do desconforto da espera. Ligamos o rádio, telefonamos a alguém ou simplesmente irritamo-nos. Praticar a nossa atenção plena (mindfulness) enquanto esperamos, ajuda-nos a encontrar momentos durante o dia durante os quais conseguimos trazer a nossa atenção até entre nós, dos meandros da nossa rotina do dia-a-dia em que ela se esconde. Esperar, um evento bastante comum que habitualmente traz emoções negativas, pode ser transformado numa oportunidade, a oportunidade de termos tempo livre para a nossa prática. A mente beneficia a dobrar: primeiro, porque abandona estados mentais negativos e segundo, pelos efeitos benéficos associados a uns minutos adicionais de prática por dia.

Jan Chozen Bays, “The Gift of Waiting

Daniel Goleman: O que é meditação?

É um sistema de re-treinamento da atenção!

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Tornarmo-nos amigos do mundo

Na prática da meditação, tendo desenvolvido um sentimento de confiança em nós próprios, lentamente esse sentimento vira-se para fora de nós e o mundo torna-se um local mais amigável, em vez de um mundo hostil. Poder-se-ia dizer que mudamos o mundo: tornamo-nos o Rei ou a Raínha do Universo. Mas por outro lado, não se pode dizer exactamente isso, porque o mundo devolveu-nos a cortesia, veio na nossa direcção para nos devolver a nossa amizade. No início, ele tentou todas as formas duras de lidar connosco, mas finalmente o mundo e nós próprios começamos a falar um com o outro, e o mundo torna-se um mundo real, completamente real, não mais uma ilusão ou um mundo confuso. É um mundo real. E nós começamos a apercebermo-nos das realidade dos seus elementos, da realidade do tempo e do espaço, da realidade das emoções – da realidade de tudo.

Chögyam Trungpa Rinpoche, “Ocean of Dharma: The Everyday Wisdom of Chögyam Trungpa

Sogyal Rinpoche: AWAKE

Resultado do evento AWAKE, que aconteceu em Amesterdão, eis Sogyal Rinpoche.

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Felicidade não tem a haver com obtermos o que pretendermos!

Nesta conversa, a Professora Willoughby Britton diz-nos que a felicidade não tem que ver com o obtermos o que pretendemos.

Ela discute as nossas qualidades mentais como hábitos que nós praticamos frequentemente e lança luz sobre uma importante relação entre neurociência e estudos contemplativos.

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Meditação em acção

Source

A meditação em acção começa com o abrandar, olhar em nosso redor e contemplar as nossas opções.

Sakyong Mipham Rinpoche

Sabedoria e Ignorância (Ajahn Brahm)

Mais novelas não

Os nossos maiores dramas são muitas vezes criados na nossa própria mente. Sogyal Rinpoche explica-nos que podemos escolher o que queremos fazer com a nossa mente.
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Fúria e paciência

Não existe nenhuma força destrutiva mais forte do que a fúria. Um instante de fúria pode destruir todas as acções positivas acumuladas durante anos e anos através da generosidade, de ofertas aos Budas, de disciplina e por aí fora. Por isso podemos dizer que não existe nenhuma falta tão séria como a fúria.

A paciência, por outro lado, contém em si uma disciplina que neutraliza a fúria, que nos impede de lhe sucumbirmos e que suaviza o sofrimento por que passamos quando estamos debaixo do calor das emoções negativas, que não tem igual.

É por isso da maior importância que resolvamos os nossos problemas com paciência, e uma grande dose de inspiração pode ser ganha quando reflectimos no que há de errado com a nossa fúria e nas vantagens de desenvolvermos a nossa paciência.

– Dalai Lama, “Enduring the Fires

Dalai Lama: Iniciação aos Ensinamentos Kalachakra (2/2)

Dalai Lama: Iniciação aos Ensinamentos Kalachakra (1/2)

Os ensinamentos Kalachakra datam da altura do Buda histórico Shakyamuni (aproximadamente 6 séculos AC), que os transmitiu ao Rei do mítico reino de Shambala com o objectivo era ajudar o Rei e os seus 96 soldados a unir o reino contra possíveis invasores.

E assim começou a tradição de associar os ensinamentos Kalachakra à promoção da paz mundial e a grandes audiências. Desde essa altura, a Iniciação aos Ensinamentos Kalachakra tem sido feita por uma sucessão de grandes Mestres, incluindo figuras como Lama Atisha e Je Tsongkhapa, continuando directamente até ao actual Dalai Lama, que ofereceu já esta grande cerimónia a centenas de milhares de pessoas em todo o mundo.

Mais informação aqui.

Porque não nós? (Ajahn Brahm)

O que fazer com a minha mente?

Se pretendemos sentir mais compaixão, generosidade e flexibilidade, se queremos ser melhores ouvintes ou menos reactivos sem o nosso controlo, podemos treinar estes aspectos da nossa mente. Portanto temos de perguntar a nós próprios:

– “O que é que eu quero fazer com a minha mente?”

Sakyong Mipham Rinpoche

As fundações neurológicas da Inteligência Emocional

  • Entender os sistemas cerebrais envolvidos em: auto-consciência, motivação e recuperação emocional
  • Entender como é que as experiências da infância influenciam a expressão dos genes e o desenvolvimento neuronal
  • O cérebro pode ser treinado para uma vida menos stressante e mais feliz
Os cérebros são sistemas altamente variáveis e que mudam em função da nossa experiência. As neuro-ciências contemplativas provaram já que nós temos o poder de guiar o próprio desenvolvimento do nosso cérebro – para podermos cultivar qualidades como a felicidade e a compaixão. Neste acessível diálogo, Goleman e Davidson explicam a ciência por detrás das nossas emoções. Detalhando os efeitos neurológicos da contemplação, eles mostram-nos como é que podemos activar os nossos cérebros para recuperar do stress e da ansiedade, assim como conquistar os nossos medos. Goleman e Davidson mostram-nos uma nova visão para a educação emocional em qualquer idade.

Daniel Siegel: o que é mindsight?

Emoções negativas

As nossas emoções negativas são sinais da esperança que temos de que o mundo vá cumprir as nossas expectativas e medo de que tal não aconteça.

Sakyong Mipham Rinpoche

Conto Zen

– Mestre, como faço para me tornar um sábio?

– Fazes boas escolhas.

– Mas como é que faço boas escolhas?

– Com experiência.

– E como posso adquirir experiência?

– Fazendo más escolhas.

Os 5 maiores arrependimentos que as pessoas sentem quando estão no leito da morte

Uma declaração de Ms. Bronnie Ware, uma profissional de saúde que trabalhou durante anos a fio com pessoas no leito da sua morte.

Durante muitos anos eu trabalhei com pacientes que necessitavam de cuidados paliativos. Os meus pacientes eram aqueles que tinham escolhido ir para casa para morrerem. Alguns momentos incrivelmente especiais foram partilhados. Eu normalmente estava com eles nas últimas 3 a 12 semanas de vida.

As pessoas crescem muito quando são confrontadas com a sua própria mortalidade e eu aprendi a nunca subestimar a capacidade das pessoas para o crescimento. Algumas mudanças eram fenomenais. Cada uma delas implicava experimentar um conjunto grande de emoções: negação, medo, raiva, remorsos, mais negação e, eventualmente, aceitação.

Cada paciente encontrou contudo  a sua paz antes de partir, cada um deles. 

Quando questionados sobre os seus arrependimentos ou sobre algo que teriam feito de forma diferente, certos tópicos apareciam vezes e vezes sem conta. Aqui estão os cinco mais comuns.

1. Gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, não aquela que os outros esperavam de mim.

Este foi o arrependimento mais comum de todos. Quando as pessoas se apercebem de que a sua vida está quase no fim e olham genuinamente para o que aconteceu, é-lhes fácil ver como muitos sonhos ficaram por realizar. A maior parte das pessoas não cumpre nem metade dos seus sonhos e tiveram de morrer sabendo que tal tinha acontecido devido às escolhas que tinham (ou não) feito.

  • É muito importante tentar cumprir pelo menos alguns dos nossos sonhos durante a vida. A partir do momento em que começamos a perder a nossa saúde, é tarde de mais. A saúde traz-nos uma liberdade que muitos de nós não valorizamos… até que a deixamos de ter.

2. Gostaria de não ter trabalhado tanto.

Este arrependimento veio de todos os homens que tratei. Eles perderam a infância dos seus filhos e a companhia da sua parceira. As mulheres também falaram deste arrependimento, mas como a maioria era de uma geração mais velha, muitas não tinham trabalhado fora de casa. Todos os homens que tratei se arrependeram contudo severamente de terem passado tanto tempo das suas vidas numa existência dedicada ao trabalho.

  • Ao simplificarmos o nosso estilo de vida e ao tomarmos decisões com consciência ao longo do caminho, é bem provável que constatemos que não precisamos do rendimento de que achamos que precisamos. E ao criarmos mais espaço na nossa vida, torna-mo-nos mais felizes e mais abertos a novas oportunidades, algumas mais adequadas ao nosso novo estilo de vida.

3. Gostaria de ter tido a coragem de expressar os meus sentimentos.

Muitas pessoas suprimiram os seus sentimentos para poderem ter um sentimento de paz com os outros. Como resultado, contentaram-se com uma existência medíocre e nunca se tornaram quem elas realmente seriam capazes de ser. Muitas doenças surgiram relacionadas com a amargura e o ressentimento carregados como consequência dessa atitude.

  • Não podemos controlar as reacções dos outros. Contudo, apesar de as pessoas poderem reagir mal quando inicialmente mudamos a forma como somos falando sempre honestamente, no fim tal eleva as nossas relações a um novo nível, muito mais saudável. O resultado ou é este, ou então implica o fim de relações não saudáveis que tínhamos na nossa vida. De qualquer das formas, ficamos a ganhar.

4. Gostaria de ter ficado em contacto com os meus amigos.

Muitas vezes as pessoas não se apercebiam da importância dos seus amigos até às suas últimas semanas de vida, quando não eram capazes de entrar em contacto com eles. Muitas pessoas tinham-se tornado de tal forma centradas nas suas próprias vidas, que tinham deixado amizades importantes escaparem-se pelo passar dos anos. Testumunhei muitos arrependimentos profundos por não se ter dado a certas amizades o tempo e o esforço que elas mereciam. Toda a gente sente falta dos seus amigos quando está a morrer.

  • É comum para as pessoas que têm um estilo de vida ocupado deixarem as suas amizades em segundo lugar. Mas quando somos confrontados com os nossos últimos momentos, os aspectos mais físicos da nossa existência perdem importância. As pessoas gostam de deixar a sua situação financeira resolvida, se tal for possível. Mas não é o dinheiro ou o status que tem genuína importância para elas: elas pretendem resolver a sua situação financeira… por causa daqueles que amam e deixam para trás. Contudo, normalmente, as pessoas estão já demasiado doentes e desgastadas para sequer serem capazes de cumprir esta tarefa. No final, tudo se resume ao amor e às relações que temos. Isso é tudo o que resta nas últimas semanas de vida, amor e relações.

5. Gostaria de me ter deixado ser mais feliz.

Este é um arrependimento surpreendentemente comum. Muitas pessoas não se aperceberam até ao final das suas vidas que a felicidade é uma escolha. Mantiveram-se presas em velhos hábitos e costumes. O chamado “conforto” que vem da familariedade com uma dada situação sobrepôs-se às suas emoções, assim como às suas vidas físicas. O medo da mudança fê-los fingir junto dos outros, e muitas vezes de si próprias, que estavam felizes. Quando no seu fundo, elas genuinamente pretendiam poder rir-se e ter de novo um pouco de ingenuidade nas suas vidas.

Quando estamos no leito da nossa própria morte, o que os outros pensam de nós está muito longe da nossa mente.

Quão maravilhoso é deixar ir e sorrir de novo, muito antes de morrermos.