Arquivo de Dezembro, 2010

Budismos: Theravada, Mahayana e Vajrayana


Jean-François Revel – Historicamente falando, quando, como e porquê é que a escola Theravada se separou da escola Mahayana?

Matthieu Ricard – Como poderás imaginar, essa questão é algo sobre o qual os seguidores da escola Theravada e Mahayana não têm exactamente a mesma visão. Os ensinamentos Theravada são todos incluídos no Mahayana, que depois lhes adiciona uma nova dimensão. E é este último ponto que tem gerado imensa discussão dentro do próprio Budismo. De acordo com os seguidores do Mahayana, o Buda ensinou quer Theravada quer Mahayana durante a sua vida. Mas, dado que ele ensinava de forma diferente consoante as pessoas que tinha à sua frente, ele apenas ensinou o Mahayana aos que tinham a abertura de mente necessária para poder aprender a sua mensagem. E não estamos aqui a falar de ensinamentos esotéricos, que também existem no Budismo, mas de diferentes níveis de ensinamentos que não foram diferenciandos nominalmente durante o período de vida do Buda.

O Mahayana enfatiza que uma pessoa desejar libertar-se do sofrimento, sozinha, é um objectivo bastante reduzido. Ao mesmo tempo que alguém se compromete a percorrer esse caminho, deve simultaneamente ter a intenção de Despertar em benefício de todos os seres. A transformação ocorre para que se possa adquirir a capacidade de ajudar os outros a libertarem-se do seu próprio sofrimento. Dado que eu sou apenas uma pessoa, enquanto os outros são infinitamente numerosos, o que quer que me aconteça a mim, bom ou mau, é insignificante comparado com o sofrimento e a felicidade dos outros. A profundidade dos ensinamentos Mahayana reside na sua visão sobre o vazio, sobre a verdade absoluta. O vazio (“emptiness“) não tem contudo nada a haver com a não-existência (“nothingness“), mas consiste em entender que os fenómenos não têm uma existência intrínseca. Os seguidores do Theravada contestam esta visão das coisas, assim como a autenticidade dos ensinamentos Mahayana.

Eu devo também mencionar aqui que existe ainda um terceiro veículo, que surgiu na Índia, tal como os outros dois, mas que se propagou especialmente no Tibete. É chamado o Vajrayana, ou Veículo do Diamante, e basicamente adiciona ao Mahayana um grande número de técnicas esotéricas para o caminho da contemplação.


Sabedoria

Sabedoria… significa entender a natureza espaçosa e vazia* de cada pessoa e de todos os fenómenos que experienciamos.

Para obter esta qualidade de conhecimento, temos de ter uma mente tranquila e maleável.

Atingir tal estado mental requer que primeiro desenvolvamos a capacidade de regular o nosso corpo e o nosso discurso para evitarmos o conflito.

Ani Tenzin Palmo

* A tradução literal de vazia (“empty” no original) não implica um sentido níilistico (de não-existência de qualquer fenómeno), mas antes a noção de inexistência de uma realidade intrínseca per si, desligada de qualquer outro fenómeno.

Viagem perigosa

Fonte

Uma mulher viaja entre carruagens num comboio local com destino a Dhaka, a capital do Bangladesh. A bagagem dela está arrumada debaixo da carruagem à sua frente. É o mês do Ramadão, que culmina na Eid-ul-Fitr, uma festa de 3 dias. Dezenas de milhares de pessoas deixam a cidade para se deslocarem para as suas aldeias de origem e celebrar com a sua família. Os comboios estão por isso cheios e muitos não conseguem arranjar bilhetes antes de estes esgotarem ou não conseguem comprá-los, como esta mulher, pelo que tentam simplesmente encontrar um espaço no comboio, como este “lugar” entre carruagens.

Dogen

Grandes questões, grande Despertar

Pequenas questões, pequeno Despertar

Sem questões, sem Despertar

Dogen

Inteligência Emocional: Daniel Goleman

Numa conversa de cerca de 1h, Daniel Goleman discute o seu livro: “Inteligência Social: A Nova Ciência das Relações Humanas” na Google.

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Mais informações sobre Daniel Goleman: http://www.morethansound.net.

Amizade

Fonte

Não podemos dizer qual o preciso momento em que uma amizade se forma.

Tal como quando um barco se enche de água, há um momento em que a água transborda, também numa série de gestos de bondade, há pelo menos um que preenche o coração.

Samuel Johnson


Budismo: Religião ou Filosofia?

Tem havido uma grande discussão sobre se o Budismo é uma religião ou uma filosofia e a questão nunca foi verdadeiramente decidida. E nestes termos, esta é uma questão que apenas faz sentido no Ocidente. Apenas no Ocidente a filosofia é um ramo do conhecimento como a matemática ou a botânica, e apenas no Ocidente o filósofo é alguém que explica um conjunto de doutrinas durante o dia, mas depois quando chega a casa, vive exactamente como o seu advogado ou o seu dentista, sem que aquilo que ensina tenha o menor impacto na sua vida. Apenas no Ocidente é a religião, para uma grande maioria dos que têm fé, um pequeno compartimento da sua vida que apenas é aberto em certos dias, em períodos específicos ou em circunstâncias pré-determinadas.

Apesar de no Oriente também existirem professores de filosofia, lá um filósofo é um mestre espiritual que vive de acordo com aquilo que ensina, rodeado por discípulos que querem seguir o seu exemplo. Os seus ensinamentos nunca são baseados em pura curiosidade, dado que o seu valor reside apenas na sua concretização.

Deste ponto de vista, parece fazer pouco sentido discutir sobre se o Budismo se apresenta como uma filosofia ou uma religião. É um caminho, uma forma de salvação, aquela que levou o Buda ao “Despertar”; é um método, um meio de obter libertação através de um trabalho intenso da mente e do espírito.

André Mignot, Le Bouddha

Estabelecer contacto

Fonte

O soldado americano James Walker cumprimenta um rapaz afegão durante uma patrulha a uma aldeia perto de Kandahar, no Afeganistão. As missões fazem parte dos esforços americanos para estreitar as relações com as populações afegãs.

Steve McCurry – Tibete

“Diminuir o falso orgulho, tornar a mente mais receptiva a cada momento e alimentar a experiência de dar…”

Perdoar e esquecer

Por vezes somos consumidos por uma dor ou amargura em relação a uma pessoa ou evento em particular. Algo em que podemos pensar é: “De que é que eu teria de abdicar para me poder libertar desta amargura?” Podemos até pensar: “Sim ok, mas o que ele ou ela fizeram é absolutamente inaceitável!”

Contudo, talvez exista uma forma de encontrar um perdão mesmo para algo que durante muito tempo pareceu imperdoável… Exploremos esta possibilidade com atenção.

Perdoar não significa necessariamente esquecer. Por vezes esquecer não é prudente, mas perdoar é sempre sábio. E por vezes não é fácil. Pode de facto, ser um desafio bastante grande.

Não será por isso surpresa que uma das mais difíceis pessoas a quem perdoar… sejamos nós próprios. Contudo com paciência e com uma determinação gentil, é possível.

Allan Lokos

Despertar… possível?

É o Despertar possível… para a maioria de nós?

Por vezes sentimos que o dia-a-dia da nossa vida está em conflito directo com a nossa persecução dos ensinamentos. Por isso, o quão realmente possível é Despertar para alguém que vá trabalhar todos os dias, que tenha obrigações familiares e inúmeras outras distracções?

Se alguém renuncia ao mundo como o conhecemos e vive num mosteiro estudando os ensinamentos Budistas, então ela tornar-se-á muito bondosa, alguém realizado; bom… isso não é muito surpreendente. Afinal de contas, é o seu “emprego”; é aquilo a que essa pessoa dedica todo o seu tempo. Mas se um leigo que recebe as instruções sobre como praticar o essencial dos ensinamentos do Buda durante o seu dia-a-dia, depois com sinceridade e perseverança pratica esses ensinamentos, com atenção plena (mindfulness) e uma integridade real, e então atinge o Despertar enquanto toma conta das suas obrigações diárias, da sua família, etc. então tal é realmente surpreendente, porque bastante difícil.

E para isso existem os ensinamentos de Mahamudra e Dzogchen que estão estruturados de uma forma tal que permitem que isso mesmo aconteça.

Chokyi Nyima Rinpoche

Tentar sobreviver

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Vítimas das cheias no Paquistão tentam escapar agarrando-se às barras de um helicópetro de ajuda humanitária, após um devastador Verão que deixou praticamente um quinto do país debaixo de água, 2 milhões de pessoas sem casa e matou 1700 pessoas.

O Lama Americano: Lama Surya Das

No best seller “Buddha Is as Buddha Does“, o autor Lama Surya Das, um dos mais proeminentes professores Budistas americanos, oferece um profundo e experimentado mapa para um dos maiores tesouros que um ser humano pode encontrar –  os conselhos do Buda para vivermos a nossa vida em todo o seu potencial. Adequado a iniciados, assim como a praticantes mais experimentados, e acompanhado por episódios com humor e exercícios práticos, este é um dos mais acessíveis livros a conter a intemporal sabedoria do Buda.

Lama Surya Das, a quem o Dalai Lama chama o “Lama Americano”, passou mais de 35 anos a estudar nos Himalaias com alguns dos grandes mestres espirituais Asiáticos, 15 dos quais nos Himalaias e 8  num retiro Tibetano. Ele é também o fundador dos Centros de Meditação Dzogchen nos EUA, um porta-voz do Budismo e da espiritualidade contemporânea.

Mais informação em http://www.surya.org

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Steve McCurry – Burma

Aprendermos a conhecer a nossa mente

Enquanto muitas pessoas hoje em dia praticam meditação por razões físicas e mentais, uma abordagem mais profunda permite-nos adquirir uma nova energia e abrir-nos a porta à realização.

Em Tibetano, a palavra para meditação é “gom“, que literalmente significa “familiarização com” ou “habituarmo-nos a” e neste sentido, a meditação torna-se um meio através do qual nos familiarizarmos com a nossa própria mente. O termo mais comumente usado em Pali para meditação é “bhavana“, o que significa cultivar, desenvolver.

Podemos por isso pensar na meditação como um treino para desenvolvermos a nossa atenção, tranquilidade e sabedoria.

Lama Surya Das

O nível mais profundo da mente

“A grande inovação que o Budismo nos traz não é reconhecer o sofrimento que existe numa vida normal, mas sim relevar o facto de que este não é intrínseco à psique humana. Pesquisas científicas recentes demonstraram que estes estados aflitivos da mente podem ser significativamente reduzidos através da prática.

Mas o Budismo faz uma afirmação ainda mais arrojada: a de que a mente, no seu nível mais profundo, tem uma natureza de luminosidade que está totalmente livre destes estados aflitivos. E essa é uma grande hipótese.

Neste momento ainda não a podemos testar, mas estamos a percorrer esse caminho.”

B. Alan Wallace

Fonte

O Monge e o Filósofo – Uma ciência da mente (2/2)

Jean-François Revel – Indo um pouco além das metáforas, que mecanismo é esse exactamente?

Matthieu Ricard – Para o podermos começar a ver em acção, primeiro precisamos de tentar parar o fluxo de pensamentos que nos inunda, ainda que apenas por um instante. Sem prolongarmos pensamentos passados e sem convidarmos pensamentos futuros, simplesmente permanecemos, ainda mesmo que fugazmente, atentos ao momento presente, livres de quaisquer pensamentos discursivos.

Pouco a pouco, conseguimos tornarmo-nos melhores a ficarmos um pouco mais naquele estado de atenção. Enquanto existirem ondas num lago, as suas águas não serão nítidas. Mas se as ondas pararem, a lama desce para o fundo do lago e a nitidez cristalina da água regressa. Da mesma forma, quando os pensamentos discursivos acalmam, a mente torna-se mais clara e é mais fácil descobrirmos a sua verdadeira natureza.

Depois torna-se necessário examinarmos a natureza destes pensamentos discursivos. Para o fazer, podemos até deliberadamente fazer despertar algumas emoções fortes em nós, talvez pensando em alguém que nos magoou, ou ao contrário, em alguém que desperta o nosso desejo. Deixamos essa emoção aparecer no campo da nossa consciência, e depois “tratamo-la” com a nossa percepção interna, alternando entre uma investigação analítica e uma contemplação pura. No início, essa emoção domina-nos e faz-nos obcecar nela. Regressa constantemente. Mas continuemos a examiná-la cuidadosamente. De onde é que ela obtém a sua aparente força? Ela não tem qualquer capacidade intrínseca para magoar, como algumas criaturas de carne e osso. Onde é que ela estava antes de ter aparecido? Quando ela aparece na nossa mente, tem alguma característica – uma localização, uma forma, uma côr? E quando ela deixa o espaço da nossa consciência, vai para algum sítio? Quanto mais a investigamos, mais aquele pensamento que nos parecia tão forte nos escapa; é impossível apanhá-lo ou identificá-lo.

Atingimos um estado de “não encontrado”, em que nos detemos nalguns instantes de contemplação. Isto é o que é normalmente é chamado de: “reconhecer o vazio dos pensamentos”. É um estado de simplicidade interior, de atenção nítida, despida de quaisquer conceitos. Quando entendemos que os pensamentos são apenas uma manifestação desse estado de consciência ou simplicidade interior, eles perdem a sua aparente solidez. Eventualmente, depois de um período extenso de prática persistente, o processo de libertação torna-se natural e assim que novos pensamentos surgem eles dissolvem-se a si mesmos, não mais perturbando ou dominando a nossa mente. Eles passam a demorar tanto tempo a aparecer como a desaparecer, como desenhos feitos na superfície da água com um dedo da nossa mão…

Jean-François Revel – O que me surpreende em toda essa forma de pensar é que tudo é descrito como se a realidade do mundo exterior, as coisas que nós fazemos, os outros seres humanos e o peso da circunstâncias não existissem de todo. Certamente existem momentos em que perigos reais genuinamente nos ameaçam. Ter medo dessas ameaças, ou querer livrarmo-nos delas e portanto ter uma atitude activamente hostil contra a nossa ameaça, quando a nossa vida está em perigo por exemplo, não é algo com que se possa lidar simplesmente gerindo os nossos pensamentos! A resposta correcta é tomar um qualquer tipo de acção exterior.

Matthieu Ricard – Numa dada situação, podemos reagir de várias formas, de acordo com o nosso estado interior. As acções nascem dos nossos pensamentos. Portanto precisamos de aprender a nos  libertarmos das nossas emoções…

Jean-François Revel – Sim, mas esses são casos muito marginais…

Matthieu Ricard – … para depois podermos usar essa mestria da mente no calor do momento. Normalmente usamos a expressão “alguém se controlou a si próprio” ou “perdeu completamente o controlo de si próprio”. Neste caso, o que estamos a discutir é sobre como tornar esse controlo mais total, mais estável, com a ajuda do conhecimento da natureza da nossa mente. Não significa de forma alguma agir de uma maneira apática ou indiferente, enquanto um assassino  mata uma família à frente dos nossos olhos. Significa apenas fazer o mínimo necessária para neutralizar o adversário sem nos deixarmos invadir pelo ódio, ou matando o agressor possuídos por um estado de mente dominado por um sentimento de vingança.

A mestria da mente é por isso fundamental.

Link ASA (português) para o livro: “O Monge e o Filósofo – O Budismo hoje”

O Monge e o Filósofo – Uma ciência da mente (1/2)

Matthieu Ricard – Uma das características do Budismo como uma “ciência de mente” é a de que não é suficiente apenas reconhecer e identificar de forma consciente uma emoção ou uma tendência latente e trazê-la de volta à superfície. Precisamos de aprender a libertarmo-nos de tais pensamentos e emoções, impedindo-os de deixar qualquer rasto na nossa mente. Caso contrário, muito facilmente eles dão lugar a uma reacção em cadeia. Um pensamento de desconforto, por exemplo, rapidamente se pode transformar em animosidade e depois em ódio, até que rapidamente toma completamente o controlo da nossa mente, fazendo com que expressemos tais pensamentos em palavras ou acções. Quando fazemos algo de negativo a alguém, a nossa paz interior também é destruída. O mesmo é válido para o desejo, a arrogância, a inveja, o medo e tantas outras emoções negativas. Podemos permitir que os nossos impulsos nos façam destruir, possuir ou dominar algo, mas qualquer satisfação que daí advenha será sempre efémera. Nunca nos trará o tipo de alegria que é profunda, estável e duradoura.

Jean-François Revel – Mas certamente nem todo o sofrimento moral é causado pelo ódio ou pelo desejo?

Matthieu Ricard – Não, o sofrimento pode vir de um conjunto vasto de emoções negativas. A chave para trabalharmos a nossa mente de forma eficaz consiste em não apenas identificar os nossos pensamentos e emoções mas também em dissolvê-los, deixá-los desaparecer no vasto espaço da nossa mente. Existem um número de técnicas que podem ser aplicadas com este fim.

A mais importante consiste em não nos concentrarmos no conteúdo das emoções ou nas causas e circunstâncias que as despoletam, mas sim em identificar a sua verdadeira origem. Existem duas formas de meditarmos, como um cão ou como um leão. Podemos tentar lidar com os nossos pensamentos da mesma forma que um cão corre atrás de cada pedra que lhe é atirada, uma após a outra. Isso é na realidade, aquilo que todos nós fazemos a maior parte das vezes.

Quando um pensamento surge, deixamo-nos levar por ele. Esse primeiro pensamento dá depois lugar a um segundo pensamento, depois a um terceiro e finalmente a uma cadeia de pensamentos infindáveis que apenas sustém a nossa confusão mental.

Mas a outra forma de reagir, é semelhante à de um leão. Apenas se pode atirar uma pedra a um leão, porque ele se dirige imediatamente a quem lhe atirou a pedra e lhe salta para cima. Esta segunda analogia descreve o tipo de meditação em que nos viramos para a própria origem dos pensamentos e examinamos o mecanismo primário através do qual eles surgem na nossa mente.

Link ASA (português) para o livro: “O Monge e o Filósofo – O Budismo hoje”

Porque é que acontecem… eventos sem sentido?

Abandonemos o nosso “guião”

Renunciação significa que a nossa nostalgia associada a querermos manter-nos num mundo protegido e limitado não faz sentido.

Assim que começamos a ter noção de quão grande o mundo é e quão grande é também o nosso potencial para experienciarmos a nossa vida, então aí começamos a entender realmente o que significa a renunciação. Quando nos sentamos em meditação, sentimos as nossas inspirações e expirações e temos disponibilidade para estarmos abertos ao momento presente. De seguida, as nossas mentes vagueiam em direcção a todos os tipos de histórias e fabricações mentais e nós dizemos a nós próprios:

“Estou a pensar…” Dizemos isso de forma muito gentil e com muita precisão.

De cada vez que estamos dispostos a abandonar este “guião”, a verdadeira renunciação acontece: quando aprendemos a deixar ir, a nos libertarmos.

Pema Chödrön